26 de mai. de 2013

NOTA DA UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA SOBRE AS ELEIÇÕES DO DCE MARIO PRATA NA UFRJ




Universidade Brasileira e a UFRJ:

Sabemos que a Universidade não pode ser pensada de forma isolada das dinâmicas que compõem a organização social de um determinado período histórico. A Universidade nas sociedades capitalista sempre esteve voltada, hegemonicamente, para os interesses da reprodução do capital. Por isso, a UJC vem insistindo que o atual modelo de universidade deve ser compreendido levando-se em consideração as próprias disputas e contradições existentes na sociedade capitalista atual e no seu modelo de organização do capitalismo.

Para a UJC, as atuais mudanças em curso na UFRJ e nas demais universidades públicas brasileiras, tais como: a imposição da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EB$ERH); A criação da Lei de Inovação Tecnológica; O crescimento das terceirizações de serviços (limpeza, jardinagem, segurança, inspeção, etc.), A criação e o crescimento de cursos pagos de pós-graduação; A implantação de uma unidade da polícia militar no campus, O avanço das gestões Público-Privadas; A reestruturação dos currículos e carreiras acadêmicas; E até mesmo a expansão do número de vagas nas universidades públicas federais. Representam uma clara tentativa reorganização da Universidade por parte do Estado brasileiro, que visa adequá-la em sua gestão, suas relações trabalhistas, sua formação acadêmica e sua produção científica e tecnológica, as atuais demandas do ciclo de desenvolvimento do capitalismo em curso no nosso país.

Para piorar ainda mais a situação, o princípio constitucional que define a gestão da universidade brasileira enquanto uma autarquia e dá a ela o que chamamos de autonomia universitária, vem sofrendo ataques frequentes que visam limita-lo para garantir esta reorganização da universidade através de imposições do governo federal.

Com essa ofensiva do capitalismo para com a Universidade, os estudantes passam a sentir as contradições dessa reorganização da universidade em seu cotidiano, dentre outros exemplos: na insuficiência de uma estrutura de assistência estudantil (Alojamento Universitário, Restaurante Universitário e Transporte Universitário) que vise garantir a permanência do estudante na universidade; Na disparidade de investimento entre os diferentes campi (que prioriza as áreas estratégicas para as grandes empresas), gerando uma precarização de diversas unidades de ensino, pesquisa e extensão; Na exclusão de algumas áreas de conhecimento dos programas de intercâmbio; Na insuficiência de bolsas de iniciação científica e assistência estudantil; Na insuficiência de programas de extensão universitária, quebrando o tripé constitucional de ensino-pesquisa-extensão.

A UJC não tem nenhuma dúvida de que, no atual momento histórico da UFRJ, as lutas históricas do movimento estudantil que se dão nos marcos administrativo ou financeiro da Universidade, apesar de serem imprescindíveis, são incapazes de solucionar as contradições vividas por nossos estudantes em seu cotidiano. Por isso, assinalamos a necessidade histórica e o compromisso político de se construir um movimento de caráter anticapitalista as atuais reformas da Universidade Brasileira, na UFRJ.

A UJC e a Eleição do DCE Mario Prata:

A UJC é totalmente favorável a uma unidade das forças políticas estudantis de esquerda da UFRJ para a eleição do DCE Mário Prata. Porém, não aceitaremos uma unidade que se limite ao período eleitoral e que vise apenas à partilha dos cargos do DCE, virando as costas para as demandas dos estudantes em seu cotidiano na universidade e para a atual ofensiva do capital na universidade. 

Queremos uma unidade de programa político e de ação política da esquerda que se construa no dia-a-dia das lutas da universidade, uma unidade que construa um DCE democrático e de luta que não se descole das pautas cotidianas dos estudantes, mas que não se restrinja as lutas universitárias. Queremos uma unidade que possa construir um projeto contra hegemônico de universidade visando à construção de uma universidade que atenda plenamente as demandas da classe trabalhadora na perspectiva de sua emancipação.

Sabemos que algumas mediações são imprescindíveis para a formação deste programa político de unidade entre as forças de esquerda. Por isso, nós da UJC apontamos aqui algumas propostas de lutas táticas para este programa:

- Pela ampliação das verbas públicas para a UFRJ. Verba 100% pública para a educação pública!
- Contra qualquer tipo de privatização da Universidade e pelo fim das Fundações de Apoio.
- Pela ampliação das políticas de permanência estudantil, de pesquisa acadêmico-científica, de extensão universitária e de intercâmbio acadêmico, advindas apenas de Pró-reitorias (recursos públicos diretos), sempre condizentes às demandas da comunidade universitária.
- Contra a adequação do Ensino, do Currículo e da Pesquisa dos cursos a lógica de ensino mercadológica. Contra a canalização da produção científica para o interesse privado.
- Contra os ataques a autarquia e autonomia universitária por parte do Governo Federal.
- Contra qualquer tipo de Gestão Público-Privada na UFRJ
- Contra a terceirização de serviços na Universidade.
- Contra dissociabilidade do tripé Ensino-Pesquisa-Extensão
- Contra as políticas institucionais que não atendem as demandas sociais para com a Educação (PNE, REUNI).
- Pela democratização nas instâncias deliberativas das universidades, ou seja, a participação e a valorização dos trabalhadores técnico-administrativos em educação e estudantes nos espaços de tomada de decisão, pois se configuram com pouca expressão.
- Contra a Educação à Distância como meio de formação básica de graduação, usurpando as várias vivências do estudo presencial.
- Pela ampliação do acesso aos cursos presenciais de graduação e pós-graduação.

Além do mais, gostaríamos de deixar claro que lutaremos incansavelmente para garantir que este processo eleitoral seja bom não apenas para os que estão envolvidos na disputa, mas também para toda a comunidade universitária. Por isso, a UJC além de garantir uma participação pautada pelo debate político franco e pela luta anticapitalista na universidade, vê como imprescindível que se realizem debates políticos, que sejam marcados por discussões de alto nível e não por acusações baixas ou debates despolitizados, em todos os campi da universidade.

União da Juventude Comunista
“Ousar Lutar, Ousar Vencer!”

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