26 de ago. de 2013

SOLIDARIEDADE À GREVE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NO RIO DE JANEIRO. POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR!

A União da Juventude Comunista (UJC) expressa seu apoio e participa da construção desse movimento de greve, construindo cotidianamente a greve junto às demais categorias nas escolas onde está organizada. Com mais de 80% das escolas paradas, os funcionários e professores da rede estadual e municipal exigem melhoria das condições de trabalho, o fim da precarização do trabalho de docente e denunciam que a aprovação automática nas escolas públicas continua acontecendo, de forma maquiada. Outra grave denúncia é em relação às condições de trabalho das merendeiras e auxiliares de creche, que recebem menos que um salário mínimo e jornadas de trabalho extensivas. A desestruturação da carreira docente, as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos professores e servidores, o aumento das terceirizações, assim como salas de aulas lotadas, falta de professores, parca assistência estudantil e instalações precárias figuram entre os principais problemas enfrentados no cotidiano de todos aqueles que passam pelas escolas.

A precarização da educação brasileira não deve ser entendida somente como um problema de ordem administrativa ou de financiamento, mas algo que vai muito além. O sucateamento da educação pode ser traduzido numa concepção de Estado que há anos vem sendo implantado no Brasil, que preza por uma lógica de mercado e por parcerias com empresas privadas, colocando nitidamente a Educação sob interesses privados. Tendo em vista essas reflexões, a União da Juventude Comunista não tem a ilusão de alterar esses problemas da educação sem superar por completo a inserção das relações sociais e produtivas próprias da ordem social em que vivemos e que são base de um número sem fim de problemas que afetam a educação brasileira e seu caráter.

Isso significa que não devemos nos restringir a uma luta reativa ou a simples defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade, mas, sobretudo, de uma educação popular. Devemos, de uma vez por todas, debater coletivamente um projeto de educação que esteja balizado nas demandas concretas dos trabalhadores e que contribua para um processo mais amplo de transformação social; desta forma, levantamos a bandeira da EDUCAÇÃO POPULAR. Para tanto, esperamos construir junto a todos os setores e organizações, um calendário unificado de lutas para os próximos períodos na perspectiva de lutar por uma Educação pública, gratuita, democrática, de alta qualidade e popular!





Pela Valorização dos servidores técnicos e docentes!
Passe Livre integral e irrestrito;
Eleições Diretas para Diretores;
Em defesa da Educação 100% Pública, Gratuita e de Qualidade;
Toda solidariedade a greve dos profissionais da educação!


EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA! POR UMA EDUCAÇÃO POPULAR!

14 de ago. de 2013

Só o Poder Popular resolve! Não tenha ilusões com a velha política.


A União da Juventude Comunista (UJC) apoia e participa dos movimentos de ocupação de câmaras municipais, como no Rio de Janeiro e Ni-terói. Tais movimentos protagonizados por setores da juventude demonstram o grau de descontentamento da população com o atual sistema político representativo no país - dominado por inte-resses empresariais e clientelistas, corruptos e totalmente distantes das necessidades populares.

A intensificação das lutas sociais desmascara como o poder institu-cional não é o poder de todos, mas sim o de uma pequena elite que detém o poder econômico – e seus capachos nos governos. Para a UJC, a experiência das ocupações é válida para avançarmos na construção de uma outra forma de poder. Os debates e legislações das casas parlamentares não respeitam a maioria da população, em especial as classes populares. E não serão modificações pontuais na organização dessas instituições, que farão avançar a organização popular. É necessário conceder à voz para o povo trabalhador e resolver os problemas que este sente na pele!






Estamos nas ruas para ter mais saúde e educação pública, para ter um transporte público, barato e de qualidade, para acabar com a rotina de violência policial nas favelas, pelo fim das remoções e o encarecimento do custo de vida. Resumindo: somos contra a mercantilização da vida e suas consequências. Por isso, levantamos nossas bandeiras, que não serão aprovadas por um modelo de po-der a favor de empresários, como o atual, mas sim pelo fortaleci-mento da organização de uma outra forma de poder: Autônomo, para os trabalhadores e a juventude, o poder popular.

Pelo direito a cidade!

Pela estatização dos transportes públicos! Tarifa Zero Já!

Pelo fim da dupla função! Melhores condições de trabalho e salá-rios para os rodoviários!

Pela desmilitarização da segurança pública! Chega de violência policial!

Moradia já para os desabrigados!

Pelo fim das remoções!

Contra a mercantilização da vida! Chega de Capitalismo!

Fora Cabral! Pelo Poder Popular!

12 de ago. de 2013

"Fora Cabral" e as recentes ocupações e lutas da esquerda combativa.

      O governador Sérgio Cabral vem demonstrando há muito tempo que não governa nem governará para a classe trabalhadora nem para os mais pobres. Os interesses políticos e as alianças para a governabilidade de Cabral o fazem escravo e braço direito dos interesses da burguesia no poder executivo, o que também parece não incomodar o governador.

      Na noite do dia 8 de agosto a juventude foi novamente para as ruas com um ato organizado por seus instrumentos de luta da esquerda, como o "Fórum Contra o Aumento das Passagens". Durante final da tarde e noite a população do centro ouviu gritos contra as remoções, pela explicação e solução do "caso Amarildo", pela desmilitarização da PM, entre outras, além da principal demanda do ato: o "fora Cabral".

      O ato transcorreu da Candelária em direção à ALERJ sob forte policiamento e fiscalização policial, quando foi recebida a notícia de que a ALERJ estaria ocupada por manifestantes, e trabalhadores do setor do petróleo. Após uma ou duas horas de tensão, a ALERJ foi desocupada por Policiais Militares e foi recebida a notícia que a Câmara Municipal estaria ocupada. A ocupação da Câmara se mantém até o momento, com reivindicações sobre a legitimidade da CPI dos Ônibus.



      É essencial agora é que não desocupemos as ruas. Precisamos organizar nossas unidades de luta e principalmente lutar pela unidade da esquerda. Não será possível enfrentar o grande capital com efetividade enquanto não explorarmos as ferramentas criadas por movimentos sociais, estudantes e trabalhadores.

Pedro Corrêa, do C.A. de Psicologia da PUC-Rio

Não desocupemos ruas e praças!
Fora Cabral!
Pelo Poder Popular!

10 de ago. de 2013

É preciso acabar com a ilusão de que o governo brasileiro é progressista e antiimperialista.

*Fonte: www.pcb.org.br

No imaginário da esquerda latino-americana os governos petistas são progressistas; alguns chegam a idealizá-lo como antiimperialista. Isso ainda tem a ver com o passado combativo do PT e de Lula, seu principal referente.

Superar esta ilusão, este obstáculo, é de fundamental importância para avançarmos na construção de uma unidade de ação continental revolucionária, anticapitalista e antiimperialista. O PT é hoje um partido da ordem capitalista, a serviço do “neodesenvolvimentismo”. Domesticou e cooptou as entidades de massa, como a CUT e a UNE.

No Brasil, nunca os banqueiros, as empreiteiras, o agronegócio e os monopólios tiveram tanto lucro. A política econômica e a política externa do Estado burguês brasileiro estão a serviço do projeto de fazer do Brasil uma grande potência capitalista mundial, nos marcos do imperialismo. As chamadas multinacionais de origem brasileira, alavancadas por financiamentos públicos, já dominam mercados em muitos países, notadamente na América Latina, um grande canteiro de obras da Oderbrecht e de outras empreiteiras favoritas do governo e que são os principais financiadores do PT. A Petrobras, apresentada na América Latina como estatal, é uma multinacional como outra qualquer, com mais de 60% de suas ações em mãos particulares.

Hoje, o governo brasileiro é o organizador da transferência da maior parte da renda e da riqueza produzida pelo país para a burguesia (através do superávit primário, da política de juros altos e do sistema tributário altamente regressivo). Cerca de 50% do orçamento se destina a pagar os juros e a amortização da dívida (externa e interna), para satisfação dos banqueiros internacionais e nacionais, assim como dos nossos rentistas (que não chegam a 1% da população). A desigualdade social aumenta. O consumo é aquecido pelo crédito farto e caro e não por aumentos salariais. O resultado é que as famílias brasileiras têm um dos mais altos índices de endividamento do mundo, que compromete 46% de suas rendas.

Na visão do PCB, não há contradições significativas entre a burguesia brasileira e o imperialismo. Este, no caso do Brasil, não é um inimigo externo a ser combatido pela nação, numa frente de conciliação de classe entre o proletariado e a burguesia “nacional”. Pelo contrário, o Brasil é parte, mesmo que de forma subalterna, do sistema imperialista mundial, apesar de suas contradições e de ser ainda um ator coadjuvante em ascensão. A contradição fundamental da sociedade brasileira é entre o capital e o trabalho, o que objetivamente define o caráter da revolução brasileira como socialista e não nacional libertadora.
Aqui neste Encontro, os reformistas que dão sustentação aos governos petistas tentarão, mais uma vez, iludir os companheiros, dizendo que o ressurgimento das lutas de massa no Brasil se deve ao fato de o povo querer ampliar as mudanças trazidas pelos governos petistas. Nada mais falso.

A opção dos governos petistas pela governabilidade institucional e pelo “neodesenvolvimentismo” capitalista é a principal responsável pela explosão de setores proletarizados da sociedade brasileira. Na verdade, como um pavio de pólvora, um novo reajuste das tarifas de transporte público (todo ele nas mãos de máfias da iniciativa privada), desmontou a mentira oficial de que os brasileiros viviam felizes e em harmonia, num capitalismo “de rosto humano”. O sucateamento e a privatização da saúde, da educação e dos serviços públicos em geral são os fatores determinantes da revolta popular.

As alianças com o centro e a centro-direita para garantir a tal governabilidade fizeram esse governo refém e operador político dessas forças levando a que, em dez anos, não produzissem uma medida sequer de natureza socializante nem democratizante. Ao contrário, promoveram contra-reformas. A pauta legislativa brasileira está nas mãos do PMDB, um partido burguês que preside a Câmara dos Deputados e o Senado, comanda seis ministérios e tem mais influência nos governos e parlamentos estaduais e municipais. Não se pode chamar esse governo sequer de reformista, mas de social-liberal.

Os resultados são a retomada das privatizações em grande escala, a entrega de nossas reservas de petróleo, a opção pelo agronegócio, pelo sistema financeiro e grandes monopólios; a desoneração de impostos para o capital, a precarização do trabalho (com mais e piores empregos); a política de superávit primário, com o sucateamento do serviço público; a banalização da corrupção; o endividamento crescente das famílias, a falta de perspectiva para a juventude, o descrédito na política e nos partidos políticos.
Para mostrar o governo como progressista e captar solidariedade, os ideólogos reformistas, valendo-se da frustrada tentativa da ultra-direita de mudar os rumos dos protestos, levantaram o fantasma do golpe de direita, como se as oligarquias quisessem derrubar um governo que age a serviço delas, com competência e com a vantagem de iludir e apassivar os trabalhadores.

Diante da queda de popularidade da Presidente, o PT - depois de dez anos de submissão à institucionalidade burguesa – tenta agora mobilizar o povo para o que chama de reforma “política”, em verdade uma reforma eleitoral de fachada, que não muda em absolutamente nada o caráter da democracia burguesa.

E para que pareçam progressistas – pensando nas eleições de 2014, diante de um possível fracasso eleitoral de Dilma -, setores petistas distanciam-se da Presidente e clamam por Lula, acusando-a (aliás corretamente) de governar segundo padrões neoliberais, como se o mandato dela não fosse a continuidade de oito anos de governo Lula que, segundo suas próprias palavras, “destravou” o capitalismo e promoveu “o espetáculo do crescimento”.