1 de abr. de 2013

DO ESTADO TERRORISTA À COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE: A TENTATIVA ARBITRÁRIA DA CONCILIAÇÃO DE CLASSES


Mário Cavalcanti*

            Nesse dia 01 de Abril de 2013, completam-se 49 anos do fatídico golpe que impôs ao nosso país uma ditadura de 21 anos. Uma contra-ofensiva das forças conservadoras associadas ao imperialismo para deter o avanço das forças populares. Através de sequestros, torturas e mortes, a ditadura militar levou adiante um processo de modernização conservadora dolorosa aos filhos do povo, que foram reprimidos e super-explorados pelo regime sanguinário das casernas.
           
          Apesar de todos os anos que nos afastam do término desse pesadelo, os crimes cometidos pelo Estado e seus agentes durante a ditadura empresarial-militar permanecem sob sigilo, assim como os documentos que comprovam esses abusos ocorridos nos tempos bárbaros do terrorismo de Estado.

Diante deste fatos, a crescente indignação contra a persistência do anonimato e da impunidade, das torturas, dos sequestros, dos assassinatos e dos desaparecimentos praticados e executados pelos algozes do povo, somado a condenação do Brasil por parte da OEA para que o governo revisasse os crimes de estado que haviam sido cometidos, finalmente se articulou a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Porém, temos razões para suspeitar que a Comissão da Verdade criada pelo Governo Federal possa não trazer resultados que contemplem os anseios por informação dos familiares de mortos, desaparecidos e torturados por aquele regime ditatorial, pelo caráter de conciliação com os setores conservadores que exigem uma comissão de meia-verdade e sem julgamentos.

Os jovens comunistas e o PCB avaliam como necessário e comprometem-se, conjuntamente com organizações sindicais, estudantis e populares, em construir um grande movimento de massas para que o resultado dos trabalhos da CNV não se transforme numa conciliação com os algozes de nosso povo, para que se apurem os crimes da ditadura, se estabeleçam as ligações entre os grupos empresariais, funcionários públicos e a máquina da tortura no Brasil e crie condições para que se possam punir os torturadores e assassinos de toda uma geração de jovens, trabalhadores, camponeses, sindicalistas e militantes sociais e políticos que lutaram contra a ditadura no Brasil.

           Esse dia 01 de Abril para nós, jovens comunistas, é um dia triste,  mas é também um dia de luta, em que lembramos de todos os lutadores que deram suas vidas na luta contra um dos piores capítulos da história do Brasil. Guardamos principalmente na memória os lutadores comunistas que tombaram lutando nas fileiras do PCB: 
Orlando Bonfim, Walter Ribeiro, João MassenaJosé Montenegro de Lima, José Roman, Luiz Maranhão, David Capistrano, Nestor Veras, Jayme Miranda, Elson Costa, Hiram Pereira Lima, Itair José Veloso, Célio Guedes.


-Por uma Comissão da Verdade, Memória e Justiça!

-Pela abertura dos arquivos da ditadura!






* Mário é membro do Grupo Tortura Nunca Mais e militante do Núcleo Elizeu Alves de Jovens Trabalhadores da UJC-RJ.

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