14 de jun. de 2013

AOS ESTUDANTES DE TODA UFF, SOBRE AS ELEIÇÕES DO CENTRO ACADÊMICO DE HISTÓRIA CARLOS MARIGHELLA


Nós da chapa 2 “Por uma educação Popular”, viemos por meio desta, manifestar a nossa indignação em relação a impugnação de nossa chapa. No decorrer de um processo que pretensamente seria um espaço dos estudantes para o exercício da prática democrática na universidade, nossa chapa foi gravemente censurada e cerceada de participar do processo por posicionar-se de forma diversa da outra chapa e antiga gestão do Centro Acadêmico.

Já expúnhamos o quadro problemático da forma como esse processo havia sido convocado. Realizada uma convocação por meio de uma assembleia sem divulgação e com um prazo de inscrição de chapas muito curto, o que entendemos como proposital para ao máximo debilitar a organização de chapas opositoras, se formou uma comissão eleitoral sem a devida legitimidade e representatividade das posições em disputa na eleição.

A chapa 1 “Filhos do Reuni” fez 3 requerimentos a comissão eleitoral, pedindo a impugnação de nossa chapa, a chapa de oposição “Por uma educação Popular”. Alegando que havíamos mentido sobre algumas questões, desviando o foco de suas reais intenções políticas, buscaram subterfúgios para evitar que a oposição demonstrasse sua legitimidade crescente de contrapor-se ao projeto defendido pelo governo e pela chapa da antiga gestão e a nossa proposição de movimento por outro projeto de universidade organizado desde a base dos estudante.

Queremos expor nossa indignação, como também nos defender das acusações proferidas, pela única chapa adversária no processo, e acatadas pela Comissão Eleitoral.

1. Nossa fala de que o C.A. não enviou representantes as atividades da Une foi apresentada como uma mentira. A chapa 1, chegou a justificar-se com um crachá de delegado do CONUNE, onde o coordenador geral do C.A. estava como 2º suplente. Não vimos discussão ampla dos estudantes de história para discutirmos o que entendíamos sobre os espaços da UNE e as pautas que seriam discutidas e “acumuladas” nesse espaço. Esse é um entendimento político, entendendo que o C.A. deveria ser dos estudantes, logo passar por uma mínima discussão junto a eles para poder posicionar-se enquanto C.A., alguém ter ou não ter crachá não significa acumulo político nenhum para o C.A. e para os estudantes de história na nossa avaliação;

2. Um de nossos companheiros de chapa, disse em debate que a atual gestão do C.A. não enviaria representante ao Encontro Nacional dos Estudantes de História. De fato até agora, nenhum documento ou intenção de discutir o espaço foi feito comprovando a inscrição e a intensão de enviar algum representante do C.A. foi apresentado aos alunos. Caso ocorra, novamente nos parece estar sendo tocado o debate sem a participação dos estudantes. O modelo de gestão atual do C.A. nos é questionável assim como sua legitimidade política, além dos apadrinhamentos e de suas práticas despolitizadas de condução do C.A.;

3. Em uma publicação na página de nossa chapa, no facebook, dissemos que a atual gestão do C.A. foi a favor da posição reacionária da UNE, de negociar nosso direito a meia entrada e em relação ao monopólio das carteirinhas para usufruirmos deste direito. Nós da chapa 2 “Por uma educação popular” entendemos que quem cala, consente. Em nenhum momento a atual gestão do C.A. mobilizou os estudantes para lutar contra essa atitude da UNE, que ataca um direito conquistado através de muita luta do movimento estudantil. A maioria das pessoas que compõem o C.A apoiou a chapa 3 nas eleições do DCE, a chapa que defendeu essa medida tomada pela UNE. Essa é uma avaliação que vem sendo feita nacionalmente por estudantes de esquerda de dentro e de fora da UNE sobre os rumos que o campo majoritário, compostos pelas mesmas organizações que hoje estão na chapa “Filhos do Reuni”, vem tocando na direção da entidade.

Não concordamos e não enxergamos motivos para a impugnação de nossa chapa. Essa atitude apenas mostra como pode vir a ser a gestão do C.A. Carlos Marighella, caso a chapa 1, prossiga na gestão, anti-democrática e golpista. Repete-se mais uma vez, a perseguição que historicamente a esquerda vem sofrendo, não somente dentro das universidades, mas em todas as instituições que compõem o estado.

Com o ocorrido, nossa chapa foi crucialmente prejudicada no processo, e com isso a democracia em nosso curso e em nossa universidade também, afinal, que eleição democrática é essa, onde haverá apenas uma chapa concorrendo? E onde a chapa de oposição é impugnada sem motivo? Alguns componentes de nossa chapa ainda foram agredidos verbalmente por um membro da comissão eleitoral, que aos berros os ofendeu com xingamentos homofóbicos e vulgares. É essa a comissão eleitoral que queremos para garantir a democracia em nosso curso e nossa universidade? Com certeza, não.

Também fomos agredidos verbalmente com comentários racistas, machistas e homofóbicos além de sofrermos intolerância religiosa e política.

Por isso companheiros e companheiras, viemos parabenizar a todos pela vitória de ontem, Conseguimos reverter o golpe que sofremos, e agora será puxada uma nova assembléia para a próxima semana. Serão feitos um novo regimento, uma nova comissão eleitoral e novas inscrições de chapa. Com muita garra e união a esquerda conseguiu superar os obstáculos impostos pelo governo golpista, que tentou mais uma vez calar um programa político antagônico ao projeto do capital.

Parabéns a todos os companheiros da chapa ou não, mas que acreditam no projeto por um novo modelo de universidade, pelo esforço, diálogo e espírito de luta. Vivemos convidar a todos os estudantes que quiserem conosco dar continuidade a construção desse projeto, e fortificar cada vez mais a oposição, por um C.A combativo . Em nome da democracia e do respeito ao legado do camarada que nomeia o Centro Acadêmico de História da UFF-Campos, Carlos Marighella. 

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