Em Porto Alegre, milhares de estudantes e
trabalhadores ganham as ruas para manifestar seu descontentamento com o
abusivo aumento no valor das passagens de ônibus. Um amplo processo de
reorganização e mobilização se coloca contra o processo de privatização
do transporte público que, atualmente, é controlado por quatro empresas
(CARRIS, UNIBUS, STS, CONORTE) que maximizam seus lucros pagando baixos
salários aos trabalhadores. Em poucas semanas, as principais ruas e
avenidas da zona central da cidade foram tomadas por manifestantes que,
reunidos em diversos atos (22/03, 25/03, 27/03, 01/04 e 04/04), vem
demonstrando a força do poder popular.
Este movimento vem sofrendo uma forte marginalização
midiática, principalmente pela via televisiva, vindo a moldar a opinião
pública de que estes estudantes e trabalhadores são, nada mais, nada
menos, do que grandes “baderneiros”. Sabemos que este apelo se coloca no
sentido de buscar enfraquecer esta onda de manifestações com medo de
que ela deixe de ser “apenas uma onda”, e passe a mudar a realidade, com
o povo na rua lutando por seus direitos.
Nesta quinta-feira, nem mesmo a chuva foi capaz de
frear este movimento. A concentração em frente a Prefeitura teve um
sabor especial quando, próximo das 18:30 abaixo de chuva, foi repassada
aos manifestantes a informação de que o reajuste havia sido revogado
temporariamente por uma liminar judicial, gerando uma ampla comemoração e
valorização da luta.
A partir dai as ruas foram, mais uma vez, tomadas
pelos milhares de estudantes e trabalhadores. Com aproximadamente três
horas de caminhada, a manifestação se reuniu no Largo Glenio Peres e
decidiu pontos fundamentais para a continuação do movimento. Dessa
forma, será realizada uma assembleia no domingo (08/04), no parque da
redenção, assim como foi tirado o indicativo de mais atos nas próximas
semanas.
*Vicente Cabrera Calheiros é mestrando em Educação Física na Universidade Federal de Santa Maria/RS e militante da UJC e do PCB.
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