Universidade
Brasileira e a UFRJ:
Sabemos que a
Universidade não pode ser pensada de forma isolada das dinâmicas que compõem a
organização social de um determinado período histórico. A Universidade nas
sociedades capitalista sempre esteve voltada, hegemonicamente, para os
interesses da reprodução do capital. Por isso, a UJC vem insistindo que o atual
modelo de universidade deve ser compreendido levando-se em consideração as
próprias disputas e contradições existentes na sociedade capitalista atual e no
seu modelo de organização do capitalismo.
Para a UJC, as
atuais mudanças em curso na UFRJ e nas demais universidades públicas
brasileiras, tais como: a imposição da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (EB$ERH); A criação da Lei de Inovação Tecnológica; O crescimento
das terceirizações de serviços (limpeza, jardinagem, segurança, inspeção,
etc.), A criação e o crescimento de cursos pagos de pós-graduação; A
implantação de uma unidade da polícia militar no campus, O avanço das gestões
Público-Privadas; A reestruturação dos currículos e carreiras acadêmicas; E até
mesmo a expansão do número de vagas nas universidades públicas federais.
Representam uma clara tentativa reorganização da Universidade por parte do
Estado brasileiro, que visa adequá-la em sua gestão, suas relações
trabalhistas, sua formação acadêmica e sua produção científica e tecnológica,
as atuais demandas do ciclo de desenvolvimento do capitalismo em curso no nosso
país.
Para piorar
ainda mais a situação, o princípio constitucional que define a gestão da
universidade brasileira enquanto uma autarquia e dá a ela o que chamamos de
autonomia universitária, vem sofrendo ataques frequentes que visam limita-lo
para garantir esta reorganização da universidade através de imposições do
governo federal.
Com essa
ofensiva do capitalismo para com a Universidade, os estudantes passam a sentir
as contradições dessa reorganização da universidade em seu cotidiano, dentre
outros exemplos: na insuficiência de uma estrutura
de assistência estudantil (Alojamento Universitário, Restaurante Universitário e
Transporte Universitário) que vise garantir a permanência do estudante na
universidade; Na disparidade de investimento entre os diferentes campi (que
prioriza as áreas estratégicas para as grandes empresas), gerando uma
precarização de diversas unidades de ensino, pesquisa e extensão; Na exclusão
de algumas áreas de conhecimento dos programas de intercâmbio; Na insuficiência
de bolsas de iniciação científica e assistência estudantil; Na insuficiência de
programas de extensão universitária, quebrando o tripé constitucional de
ensino-pesquisa-extensão.
A UJC não tem
nenhuma dúvida de que, no atual momento histórico da UFRJ, as lutas históricas
do movimento estudantil que se dão nos marcos administrativo ou financeiro da
Universidade, apesar de serem imprescindíveis, são incapazes de solucionar as
contradições vividas por nossos estudantes em seu cotidiano. Por isso,
assinalamos a necessidade histórica e o compromisso político de se construir um
movimento de caráter anticapitalista as atuais reformas da Universidade
Brasileira, na UFRJ.
A UJC e a Eleição do DCE Mario Prata:
A UJC é
totalmente favorável a uma unidade das forças políticas estudantis de esquerda
da UFRJ para a eleição do DCE Mário Prata. Porém, não aceitaremos uma unidade
que se limite ao período eleitoral e que vise apenas à partilha dos cargos do
DCE, virando as costas para as demandas dos estudantes em seu cotidiano na
universidade e para a atual ofensiva do capital na universidade.
Queremos uma
unidade de programa político e de ação política da esquerda que se construa no
dia-a-dia das lutas da universidade, uma unidade que construa um DCE
democrático e de luta que não se descole das pautas cotidianas dos estudantes,
mas que não se restrinja as lutas universitárias. Queremos uma unidade que
possa construir um projeto contra hegemônico de universidade visando à construção
de uma universidade que atenda plenamente as demandas da classe trabalhadora na
perspectiva de sua emancipação.
Sabemos que
algumas mediações são imprescindíveis para a formação deste programa político
de unidade entre as forças de esquerda. Por isso, nós da UJC apontamos aqui
algumas propostas de lutas táticas para este programa:
- Pela ampliação
das verbas públicas para a UFRJ. Verba 100% pública para a educação pública!
- Contra
qualquer tipo de privatização da Universidade e pelo fim das Fundações de
Apoio.
- Pela ampliação
das políticas de permanência estudantil, de pesquisa acadêmico-científica, de
extensão universitária e de intercâmbio acadêmico, advindas apenas de
Pró-reitorias (recursos públicos diretos), sempre condizentes às demandas da
comunidade universitária.
- Contra a
adequação do Ensino, do Currículo e da Pesquisa dos cursos a lógica de ensino
mercadológica. Contra a canalização da produção científica para o interesse
privado.
- Contra os
ataques a autarquia e autonomia universitária por parte do Governo Federal.
- Contra
qualquer tipo de Gestão Público-Privada na UFRJ
- Contra a
terceirização de serviços na Universidade.
- Contra
dissociabilidade do tripé Ensino-Pesquisa-Extensão
- Contra as
políticas institucionais que não atendem as demandas sociais para com a
Educação (PNE, REUNI).
- Pela
democratização nas instâncias deliberativas das universidades, ou seja, a
participação e a valorização dos trabalhadores técnico-administrativos em
educação e estudantes nos espaços de tomada de decisão, pois se configuram com
pouca expressão.
- Contra a
Educação à Distância como meio de formação básica de graduação, usurpando as
várias vivências do estudo presencial.
- Pela ampliação
do acesso aos cursos presenciais de graduação e pós-graduação.
Além do mais,
gostaríamos de deixar claro que lutaremos incansavelmente para garantir que
este processo eleitoral seja bom não apenas para os que estão envolvidos na
disputa, mas também para toda a comunidade universitária. Por isso, a UJC além
de garantir uma participação pautada pelo debate político franco e pela luta
anticapitalista na universidade, vê como imprescindível que se realizem debates
políticos, que sejam marcados por discussões de alto nível e não por acusações
baixas ou debates despolitizados, em todos os campi da universidade.
União
da Juventude Comunista
“Ousar
Lutar, Ousar Vencer!”
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