Apenas 10 dias depois de ser reeleito, o prefeito
Eduardo Paes já fez honrar o compromisso com seus financiadores de campanha. No
dia 17 de novembro, a prefeitura anunciou um aumento absurdo de 10% (dez por
cento) nas passagens dos ônibus municipais, onerando ainda mais a maior parte
da classe trabalhadora, que diariamente fazem uso desse meio de transporte. A
desculpa para isso, melhorar as condições dos ônibus, o que nunca é percebido
pela população.
Pelo contrário, a situação do transporte urbano na
cidade é caótica: veículos lotados, sem ar-condicionado e em péssimas condições
de manutenção, levando perigo e desconforto para os passageiros. Além disso, os
motoristas e cobradores são explorados à exaustão, sem condições dignas de
trabalho, em um regime de semiescravidão imposto pelas milionárias empresas do
ramo. A dupla função de motorista-trocador, que diminui o gasto das empresas
com salários, enquanto gera stress e desgaste para o empregado e alto risco para
a segurança do próprio e dos passageiros, é uma mostra do grau de exploração ao
qual são submetidos os trabalhadores do setor. Também notamos que, em vez de instalar
ar-condicionado nos ônibus de tarifa padrão (como foi prometido para justificar
o reajuste), vemos sua retirada de circulação, e substituição pelos “frescões”,
muito mais caros.
E enquanto a população é sacrificada pelas péssimas
condições do transporte, as empresas enriquecem cada vez mais, contando com o
fiel apoio da prefeitura, hoje completamente refém dos interesses da FETRANSPOR.
Essa submissão do interesse público ao interesse privado, essa relação
promíscua entre nossos governantes e os empresários, é o que explica o fato de
as passagens terem aumentado acima da inflação, apesar dos BRTs baratearem os
custos das empresas.
É sempre importante lembrar que transporte é um
serviço PÚBLICO, que é prestado pelas empresas sob a forma de concessão. Inclusive,
a Constituição brasileira caracteriza esse serviço como de caráter essencial
(art. 30, V). Portanto ele deveria ser fiscalizado e sua qualidade garantida
pelo Estado, o que sabemos que não é feito. Essa lógica de precarização e não
se restringe aos ônibus, mas a todos os serviços de transporte, como as Barcas,
trem e metrô. Também não se limita ao Rio de Janeiro, se estendendo a todo
país. Por isso entendemos que, em última instância, esta é uma questão
nacional, que coloca em jogo o direito de ir e vir de todos os cidadãos.
O transporte público, justamente por ser público,
não pode ser gerenciado sob a ótica da economia de mercado, que por sua
natureza busca apenas maximizar seus lucros em detrimento do usuário. É por
isso que defendemos a ESTATIZAÇÃO dos meios de transporte, sob o controle dos
trabalhadores, como a única maneira de solucionar definitivamente o problema
dos transportes. Convocamos a todos a participar do “Fórum de luta contra o
aumento das passagens”. Vamos juntos à luta companheiros!
- Contra o aumento das passagens, Transporte Público não é mercadoria!
- Pelo
fim da dupla função!
- Pela
Estatização dos transporte público, sob controle dos trabalhadores!